Criado em 2006 pela Lei Estadual 15.975, com o objetivo de estimular o desenvolvimento cultural das diversas regiões de Minas Gerais, com foco nos municípios localizados no interior, o Fundo Estado de Cultura “FEC” financia propostas que tradicionalmente encontram dificuldades em captar recursos no mercado. O repasse do FEC ao contrário da Lei Estadual de Incentivo à Cultura é direto, sem necessidades de captação junto a empresas.

As inscrições para pleitear o recurso do Estado aconteceram de 17 de junho a 31 de julho e no final de outubro saiu o resultado das cidades que poderão usufruir do dinheiro destinado às atividades culturais no próximo ano. Ao todo, 230 propostas culturais, espalhadas por 140 municípios, vão receber a distribuição de R$ 7,5 milhões disponíveis nesta edição e quatro cidades da região da zona da mata, menores que Recreio, estão entre elas: Argirita, Guarani, Rio Novo e Itamarati de Minas.

O município de Argirita, com apenas 2.890 hab./IBGE 2015, teve aprovado o “I Festival de Viola” no valor de R$ 15 mil, em projeto apresentado pela Prefeitura Municipal. Itamarati de Minas vai receber R$ 16 mil para custear “Projetos Culturas e Tradições” oferecido pela Escola de Samba Renascer, a cidade tem 4.318 hab./IBGE 2015. Para organizar o “Orquestrando Sonhos” a Prefeitura da cidade de Guarani conseguiu aprovar R$ 22 mil, a população lá é de 9.014 hab./IBGE 2015. Em Rio Novo, com 9.050 hab./IBGE 2015, a Associação Cavaleiros da Cultura vai receber R$ 40 mil para a “3ª Festa Literária”. Outras nove cidades da zona da mata, maiores que Recreio, também conseguiram aprovar projetos no FEC 2015.

Em uma cidade com um grande potencial na área cultural, com cinco folias de reis (Dois Irmãos, Nova Jornada, Borges e Filhos, Estrela Nova do Oriente e Costa Melo); um grupo de Caxambu ou Jongo; um de Mineiro Pau; o evento do Festival de Viola; dentre outras atividades, Recreio nunca recebeu este recurso e todas as atividades ficam na dependência de incentivos financeiros da Prefeitura que neste ano vem sofrendo com a grave crise financeira que assola as cidades brasileiras. Já o governo municipal nunca interessou pelo recurso e com isso a cidade vai perdendo a oportunidade de desenvolver, ou mesmo melhorar, as políticas públicas no campo da cultura.