O decano dos blocos recreienses, o Bloco Preocupados de Souza, o popular Papel Higiênico, divulgou os homenageados do 55º carnaval do grupo.
Serão reverenciados: Quincas, Zé Coxinha, Tutu, Tião, Flavinho, Vitinho, Helô, Lino Lelis e todos os saudosos foliões. Tradicionalmente, o bloco lembra a memória de personagens que fizeram parte da história do Preocupados de Souza. A homenagem musical será o centenário de Emilinha Borba e Zé Keti.
O popular Papel Higiênico está marcado para domingo (19), a partir das 17h, na Rua Teixeira da Silva. Outra tradição do grupo é a participação de uma banda tocando sambas, frevos e as imortais marchinhas.
História do Bloco
Em entrevista ao Site Pólis, um dos organizadores do bloco, Pedro Dorigo (foto abaixo), descreveu de forma breve um pouco da história do Preocupados de Souza. Confira:
“Segundo o pessoal da Velha Guarda, o bloco foi criado em 1967, no Bar do João Mineiro, que funcionava no prédio do Seu Jairzinho, em frente à E.E Olavo Bilac, na esquina das Ruas Prefeito José Antônio e Manoel Leite Pinho. Como a maioria dos blocos, foi iniciado por uma turma de amigos de Recreio, nascidos no final-início das décadas de 1930-1940, dentre eles, Zói Pelado, Carlos, Rafael Lima, Chico Vieira, Binha, Welsio Brum, Elcio Poleiro, Betinho, Liga, Zé Garrincha, Marcelo Mortani, José Heleno Reiff, Baiano, Zé Cochinha e Brizola (um recreiense adotivo). Foram variados os adereços do Bloco.
Nos primeiros anos, em cada dia mobilizavam enfeites diferentes para seus componentes: um dos primeiros foram folhas e frutos da bananeira, com vários de seus membros desfilando pelas ruas da cidade em carro aberto, o automóvel conversível do Brizola, o velho “La Barca”. Em outros momentos, desfilaram com papel higiênico velho, encalhado numa das prateleiras do Bar do João Mineiro.
Os motivos de adereços e enfeites, em geral, eram os mais variados possíveis. Em outros anos, saíram com a camisa do Recreio Esporte Clube, tomada do Dedinho por empréstimo forçado ou, ainda, todos munidos de vassouras, varrendo as ruas, fazendo uma incômoda poeirada; em outras ocasiões, com palmas e galhos diversos, que Zói Pelado se incumbia de arranjar. Aliás, galhos de arbustos, arvoredos, palmas sempre foram os adereços preferidos do Zói. Somente em meados de 1970, a partir da época em que começou a sair da Rua Conceição, cuja concentração era na “Chacrinha” do Zezinho Vieira, foi adotado o papel higiênico como “fantasia oficial” do Bloco, sem dispensar, no entanto, os adereços de pequenos galhos de árvore, influência de carnavais anteriores.
Nessa mesma época, por escolha da turma foi empossado o seu presidente honorário e “eterno”, Zói Pelado – Luiz Fernando Barbosa Vieira (i.m.), por ser ele o grande entusiasta e líder da atividade carnavalesca da turma. A partir de então, passa a adotar também, por manifestação espontânea do povo, o subtítulo de bloco do Papel Higiênico, alcunha obviamente derivada de sua inusitada fantasia”, concluiu.
Após o falecimento do presidente Zói Pelado, Luiz Carlos Dorigo, o popular Liga, foi empossado como novo presidente. Ele é um dos remanescentes do grupo de fundadores do Bloco.