Em carta destinada à comunidade acadêmica, a direção do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais “CEFET/MG” informou que ainda não será possível prever um retorno às aulas presencias em seus campus, suspensas desde meados de março devido à pandemia do novo coronavírus. Os alunos dos ensinos técnico e superior também não estão fazendo aulas à distância.
De acordo com o documento, o centro optou pela reposição das aulas assim que o período de crise sanitária passar. Com milhares de alunos, o CEFET está localizado em nove cidades mineiras: Belo Horizonte, Contagem, Araxá, Curvelo, Divinópolis, Leopoldina, Nepomuceno, Varginha e Timóteo.
A opção por não aderir às aulas virtuais, como instituições privadas vem fazendo, ocorreu por causa da carência de muito estudantes. “Dentre tais questões, destaca-se a situação de vulnerabilidade social de uma expressiva parcela de nossos alunos, que não dispõe de acesso regular à internet de qualidade, nem de recursos tecnológicos adequados”, relata.
Além disso, devido ao tempo que a paralisação pode levar, o ano letivo de 2021 ainda pode ser comprometido. “Sabemos das dificuldades da reposição das aulas presenciais, com possibilidade de comprometimento do calendário do próximo ano. Mas é preciso considerar o papel fundamental que a interação presencial exerce para o pleno funcionamento de uma instituição de ensino. Mais do que contribuir para a garantia do direito ao ensino público, gratuito e de qualidade, como o que ofertamos, a interação entre todos os membros de nossa comunidade escolar é indispensável para assegurar que a própria função da Instituição seja cumprida”, afirmou.
O CEFET ainda informou que pretende incentivar seus alunos a manterem uma rotina de estudos. “A Direção Geral, juntamente com as diretorias especializadas, irá implementar ações didático-pedagógicas com o intuito de fomentar nos nossos alunos a manutenção de uma rotina de estudos e a continuidade da aquisição e construção de conhecimentos”, concluiu.
Incerteza
Para o aluno de Engenharia de Produção Civil Armstrong Ferreira, de 23 anos, a suspensão das aulas está prejudicando-o, e traz incertezas para o futuro. “O meu medo é perder o semestre. Mas eu queria que as aulas voltassem lá para o início de julho e a gente fosse direto sem férias até fevereiro. Mas eu prezo pelo retorno seguro, adotando os padrões sanitários recomendados, como álcool em gel nas salas e o uso de máscaras”, relatou.
Para ele, que está no 9º período do curso, o adiamento de sua formatura pode prejudicar na busca de uma vaga no mercado de trabalho. “Esse período está fazendo muita diferença para mim, porque eu já estou quase formando, e isso traria um impacto financeiro”, lamentou.
Já para Igor Carmona, também de 23, estudante de Engenharia Mecânica no campus Belo Horizonte, a paralisação das atividades está sendo tratada por ele como férias antecipadas. “Eu decidi aproveitar a paralisação como férias, já que foi dito que não teriam aulas online. Ainda mais depois que fiquei sabendo que alguns desses dias de quarentena seriam utilizados como feriados/folga”, afirmou.
“Então, como não tem nada que eu possa fazer a respeito no momento, eu estou tratando tudo como folga, e já prevendo estudar no período de férias se/quando a quarentena acabar”, concluiu.
Com informações: Jornal O Tempo.