Obras do conjunto habitacional de Conceição da Boa Vista estão abandonadas

Desde 2013, quando foram iniciadas as obras do conjunto habitacional do distrito de Conceição da Boa Vista, através do “Programa Minha Casa, Minha Vida 2” do Governo Federal, o sonho da casa própria para os moradores do distrito mais carente de Recreio foi da esperança à decepção.

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Em 2012, ainda no governo Fernando Coimbra (PT) – 2005/2012 – o Ministério das Cidades publicou a oferta pública no “Programa Minha Casa, Minha Vida” por meio da Portaria Interministerial MCidades/MF/MP nº 152 de 09 de abril de 2012, disponibilizando recursos para municípios com população de até 50 mil habitantes e com as habitações sem custo para o beneficiário, de acordo com análise social regulamentada pelo Ministério. O ex-prefeito, então, aderiu ao programa e destinou a construção das unidades habitacionais ao distrito de Conceição da Boa Vista.

100_3793No primeiro ano da atual gestão municipal do prefeito Oninho (PTB) – 2013/2016 – os beneficiários assinaram os seus contratos e meses depois as obras das 31 unidades foram iniciadas, a cargo da empreiteira Paralelo SOS (Formiga/MG), porém, em agosto de 2014 a construtora abandonou os serviços.

Em contato com a instituição financeira, Família Paulista Crédito Imobiliário S/A, habilitada a operar o MCMV2 em Recreio, o diretor técnico, Rodney Shlindwein Martins, informou que em 15 de setembro de 2014 as famílias beneficiárias destituíram a construtora anterior e elegeram a Construtora Angular (Carmo/RJ) como nova responsável pelas obras. “Entendemos que o motivo da paralisação dos serviços no segundo semestre de 2015 foi o atraso nos repasses dos recursos de subvenção por parte do Governo Federal, situação que só foi normalizada em fevereiro de 2016”, informou o diretor.

O Site Pólis entrou em contato com o Ministério das Cidades e segundo a assessoria de100_3795 comunicação, “no âmbito da operação do programa, as instituições e os agentes financeiros compete, dentre outras ações, o acompanhamento da execução dos contratos. Também, destaca-se o dever de prestar informações e esclarecimentos acerca de possíveis pendências identificadas na execução das unidades habitacionais”. A assessoria do Ministério informou que o prazo final para a entrega das obras do MCMV2 encerrou ontem, dia 31 de março de 2016, conforme consta na Portaria MCidades nº 397 de 23 de julho de 2015 e que caso haja descumprimento dos normativos vigentes do programa, ou a declaração de informações falsas em qualquer documentação fornecida pela instituição financeira ou agente financeiro participante, acarretará a devolução da subvenção econômica, à Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, atualizadas pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia “SELIC” mais 2% ao ano, contados a partir da data de pagamento das subvenções correspondentes, sob pena de inscrição em dívida ativa da União.

100_3794O diretor da Família Paulista, Rodney Shlindwein Martins, informou que os serviços se encontram com 31,59% do global executado e que cabe ao Município fiscalizar diretamente e acompanhar o bom andamento das obras, executando boletins de medição e encaminhando ao agente financeiro repassador dos recursos para os respectivos pagamentos.

Entramos em contato com a Prefeitura Municipal e segundo o secretário de administração, Leano Carraro, o repasse pendente foi realizado pelo Governo Federal no final de março e o agente financeiro já recebeu a informação, para que ele notifique a construtora.

A obra está orçada em R$ 775 mil, ou seja, a construtora recebe por cada casa construída o valor de R$ 25 mil.

Atualmente, o conjunto habitacional está abandonado com muito mato ao redor das casas, com a estrada de acesso ao bairro em estado precário e cinco unidades praticamente concluídas, cinco em fase de acabamento final e quatro paralisadas no levantamento das paredes. Restam ainda dezessete habitações a serem construídas.

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